sábado, 28 de julho de 2012

Autopreconceito é o pior de todos

Ontem eu fiquei pensando  e cheguei à conclusão de que sou muito preconceituosa comigo mesma.  Que os gordos sofrem preconceitos isso não é novidade nenhuma. Mas talvez eles sejam a classe que mais é preconceituosa consigo mesma. Negros, por exemplo, também sofrem com o racismo. Mas geralmente eles têm orgulho de sua raça, de sua cor. Mesmo assim é doloroso. Imagina quando a própria pessoa se discrimina. Aí a dor é ainda maior. Claro que tem muito gordinho bem resolvido também e que não está nem aí pra a opinião alheia. Mas acho que muitos não conseguem se aceitar. E eu, infelizmente, incluo-me nesse segundo grupo. Por razões que provavelmente Freud explica e que certamente vêm lá da minha infância, a minha autoestima é inversamente proporcional ao meu peso na balança. Quanto mais ele sobe, mas ela vai lá pra baixo... E sabe o que é pior disso? Geralmente a baixa autoestima anda de mãos dadas com a inveja. Porque surge aquele péssimo costume de se comparar com os outros e parece que todo mundo é melhor do que a gente. E eu, sinceramente, odeio quando me sinto assim. 
Você podem estar se perguntando, o que foi que aconteceu pra eu ter ficado desse jeito... Na verdade, estava tudo bem. Tenho malhado praticamente todos os dias na academia e estou me alimentando de forma mais saudável, evitando as porcarias e os exageros. Começo a sentir aquelas primeiras e sutis mudanças. E isso estava me deixando animada. Mas aí... Aconteceu que ontem fui para um happy com minhas amigas. Antes fui com uma delas numa loja dar uma olhada na nova coleção que havia chegado. Simplesmente eu tinha aquela nítida sensação de que quase nada lá ficaria bom em mim, no meu corpo... Enquanto isso, minha amiga, linda, magra e loura, ficava perfeita em tudo que ela provava. Além disso, até a forma de tratamento das vendedoras era diferente em relação a mim. Vocês podem achar que é complexo meu (certamente é também)... Certamente a diferença era porque eu não estava tão arrumada e parecia mais pobre do que minha amiga também! rsrs Mas enfim... fiquei me sentindo meio mal com a situação. Depois, quando encontramos as nossas outras amigas, todas lindas e magras também. Fiquei me sentindo tão sem graça... E aí, teve uma hora que conversamos sobre moda e sobre coisas que não ficam bem em todo mundo... Comentamos que eu, apesar de ser uma blogueira de moda e viver postando tendências e fotos inspiradoras de estilo, maquiagem, etc... não sou uma pessoa tão vaidosa na "vida real". Não me produzo muito no dia a dia e sou muito básica.  Respondi que tem coisas que eu acho lindas mas que acho que não ficam bem em mim. Isso faz sentido e pode até mesmo ser chamado de bom senso. Mas até que ponto isso não é forma de autopreconceito? Fiquei pensando se não estou esperando para ser vaidosa e me arrumar apenas quando for magra, como se eu, como sou agora, não merecesse o gostinho de sair linda, bem vestida e maquiada, mesmo com os meus quilos a mais. É claro que eu acho isso uma tolice e contra tudo que eu acredito. Mas na prática, é exatamente o que acabo fazendo. E é uma coisa que decidi mudar.

Um comentário:

  1. Ana, adorei o post. Muito bem escrito, além de demonstrar sua coragem e personalidade forte, ao admitir as próprias fraquezas e sentimentos. E talvez, seja esse o primeiro passo pra começar a se olhar de outra forma e sentir mais segura, até porque, às vezes, o que não gostamos está relacionado ao peso (pra mais ou pra menos), mas no final das contas, todo mundo tem algo que mudaria em si. ;)

    :*****

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